O sertanejo é antes de tudo um forte (Euclides da Cunha)




"O sertanejo é antes de tudo um forte" (Euclides da Cunha em Os Sertões). O brasileiro não desiste nunca (Propaganda televisiva), enfim são inúmeras as virtudes dos brasileiros. Mas esquecemos os nossos defeitos que pioram com o tempo. Herdamos a cultura latina da metrópole portuguesa. Não é por falar mal, mas até há pouco tempo era um país também muito atrasado, que viveu uma ditadura longuíssima com o Salazar. Pois é, herdamos deles quase todas as nossas qualidades e defeitos. Uma de nossas qualidades é a tolerância, somos um povo cordial, tolerante e alegre. Mas ultimamente temos piorado muito, o que coloca em cheque esta alegada cordialidade e tolerância. Começamos até certo ponto bem, tínhamos um governante bom, Dom Pedro II, homem que estudou muito e estava preparado para o cargo, não era um governo brilhante, mas sentia-se que D. Pedro amava o Brasil e muito estudou e se preparou para o cargo que ocupava. Hoje quanta diferença, até semi analfabetos nos governam, o estudo foi para as calendas.

Basta afirmar que a nossa primeira Universidade foi fundada em 1932, portanto há bem menos de cem anos, quando o México teve sua primeira Universidade ainda no século XVI. O estudo por aqui nunca foi o forte do brasileiro, nada de se esforçar muito porque “cansa”, porque estudar se uma professora com mestrado e doutorado ganha pouco mais de R$600,00(seiscentos reais). Quando um jogador de futebol semi analfabeto muitas vezes ganha na casa dos milhões. Vivemos a época da inversão de valores. Como dizia Rui Barbosa, nosso grande jurisconsulto, o AGUIA DE HAIA, que perdeu a eleição para presidente da República: “De tanto ver triunfar as nulidades, sinto vergonha de ser honesto”. Pois é, continuemos nossa autocrítica, para voltar a falar de governos, tivemos um muito dinâmico: O Juscelino, homem de fibra e valente que queria fazer o Brasil avançar 50 anos em cinco.

Se o conseguiu não sei, só sei que atropelamos muito o tempo, invertemos prioridades, abrimos as portas para as Multinacionais, nossa indústria era fraca, será que primeiro não seria necessário fortalecê-la? Destruímos nossas prioridades que eram as ferrovias que tinham semeado o progresso e cidades por todos os rincões pátrios, hoje o país vive a falta de ferrovias para transportar suas riquezas. Semeamos rodovias, mas agora o petróleo caríssimo, ameaça nos sufocar. O governo faz propaganda demais e trabalha cada vez menos. Queremos construir ferrovias, mas agora custa uma fábula. Temos déficit crônico de infra estrutura ferroviária, aérea e fluvial. Nossos rios podiam transportar riquezas, mas são poucos explorados e o pior são agora poluídos. Para piorar o lema do brasileiro segundo o Sociólogo Roberto da Marta é: "Fé em Deus e pé na tabua".

Aí entra outro mito nacional o do automóvel. Todo brasileiro quer ter um automóvel e cada um por si. O pior não obedecemos às regras, exaltamos o jeitinho, nos consideramos invulneráveis, os acidentes acontecem com os outros, não conosco. Então guiamos as nossas bólides a 200 km/hora e que se dane o pedestre que estiver na frente, se somos pegos nas poucas vezes, entramos com o nosso “jeitinho” e subornamos o guarda. Regras para que? Com isso morre mais gente aqui de acidente de trânsito do que em muitas guerras por este mundo afora; as cifras são estarrecedoras: 40.000(quarenta mil) mortes por ano, num dos piores trânsitos do mundo. Que triste estatística. Vejam o seguinte e pasmem! Nos Estados Unidos quem estiver com o carro com mais de um passageiro fora o condutor tem desconto no pedágio. Agora pergunto por que não adotamos esta prática? Enfim somos mais capitalistas selvagens que os próprios capitalistas.

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