Podemos escolher outro destino, depende de nós.

Estava ainda pensando no caso do fim do mundo em dezembro e me veio a consciência o que aconteceu com os Maias, antigos moradores da península do Iucatã na América Central. Eles tinham várias manias estranhas ligadas principalmente à religião. Os povos antigos não conheciam a astronomia muito menos os eclipses e outros fenômenos naturais. Então a presença de um eclipse provocava verdadeiro pavor e os deuses tinham que ser acalmados através de sacrifícios, muitos deles sacrifícios humanos. Relatam que eles dizimavam populações inteiras, retirando o coração das vítimas em homenagem ao deus sol. 

Uma das suas especialidades era a construção de templos e pirâmides e estas consumiam uma grande quantidade de tijolos, pedras e madeiras e as florestas foram sendo dizimadas, até que sobreveio tremenda seca e faltou água ou esta ficou muito escassa, tiveram que emigrar de território e a civilização declinou por fim. O mundo antigo, me refiro ao mundo greco-romano, também acabou. Roma que em época áurea teve um milhão de habitantes, virou uma cidade provinciana de cerca de 40.000 habitantes, uma vila durante a idade média. Por que? Uma das explicações aventadas para tão espetacular queda no meu ver foi a escravidão. 

A escravidão entre os povos antigos era muito frequente: ficavam escravos os povos vencidos nas guerras, ficava-se escravo também por dívidas e esta pelo visto não tinha sexo e nem cor, qualquer povo desde que perdesse a guerra seria escravo. Embora as Artes tenham progredido, a Arquitetura, a Construção naval, a Matemática, a Geografia, a Escrita também. Mas como se explica este hiato tão grande da idade média, em que a civilização estagnou, não houve progresso e regredimos em muitos aspectos, as superstições voltaram. 

O mundo romano tinha médicos, escritores, historiadores, arquitetos, o mundo grego mais ainda: tinha cientistas e filósofos importantíssimos. Na idade média praticamente não se vê falar disto, por cerca de mil anos vivemos na superstição e na escuridão medieval. Então uma das explicações aventadas pra isso foi a escravidão que pesou sobre a consciência do mundo antigo e o fez atrasar mil anos. Só então a partir deste grande hiato a civilização floresceu. Fazendo um paralelo será que agora não estamos vivendo algo mais ou menos semelhante? A civilização está se dobrando sobre seus pecados? 

Quais? Muitos, entre os quais cito a exploração predatória da terra com a extração e espoliação de praticamente de toda a riqueza do planeta, as reservas estão exauridas de tanto ser extraído petróleo, carvão, minerais, madeiras, florestas vem abaixo sem a mínima  cerimônia. Então de repente o homem viu que foi longe demais em toda esta espoliação. Inclusive a pior espoliação a do homem pelo  homem , representada pelo capitalismo selvagem. Tudo isso afeta o inconsciente coletivo e exige alguma forma de punição, a mais exagerada claro, é o fim do mundo, onde todos serão punidos de alguma foma: inocentes e pecadores. 

A terra e Deus finalmente se vingarão do homem por tanto mal feito praticado. Mais ou menos o que aconteceu com os Maias e civilização greco-romana. A melhor solução pra isso é a reforma do mundo. Passemos a ter uma vida mais solidária, mais modesta, procurando viver com menos coisas e mais espiritualidade, um homem respeitando ao outro, com o fim da espoliação da terra. Precisamos tirar dela o nosso sustento, mas para uma árvore cortada outra será plantada para os nossos filhos e netos, procurar limpar os rios que estão poluídos, reflorestamento com mata nativa, não é impossível isso. 

Pois o Rio Grande  do Sul repôs suas matas nas ultimas décadas é o Estado que mais refloresta. Procuremos ao invés de pensar que o mundo vai acabar reconstruir o mundo e as pessoas. Com muito mais respeito a natureza. Chamemos os índios para nos ajudar, (ao invés de expulsá-los dos seus habitats), a conservar a natureza, pois eles são os que mais entendem disso. Se já temos um ministro negro o que é pouco, tenhamos em breve um ministro índio para nos auxiliar nesta tarefa da reconstrução.  Comecemos a reconstrução por nós, nos tornando mais honestos conosco e com nossos semelhantes e animais. Respeitemos a natureza. Pois do contrário ela poderá se revoltar mesmo e aí sim será o fim do mundo para esta civilização. 

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