Padre Antonio Vieira, alguns dados biográficos


Padre Antonio Vieira foi um escritor e orador português, nascido em Lisboa em 06 de fevereiro de 1608 e faleceu na Bahia em 18 de junho de 1697, pertenceu aos padres Jesuítas da Companhia de Jesus. Brilhante orador pregava a fé com rara destreza, condenava a nobreza de origem hereditária, dizia que o importante era o fazer não o ser. Defendeu muito os índios zelando para que não fossem escravizados pelos brancos. Pois havia leis que proibia a escravização do gentio. Mas como sempre havia a burla à lei. Vieira percebia e denunciava estes casos ao Rei. Com isto amealhou muitos inimigos, tendo sido condenado pela Santa Inquisição Portuguesa, mas foi defendido pelo Vaticano, que o tomou sob sua proteção. Ao mesmo tempo em que era contra a escravização dos índios, também defendeu os judeus contra a discriminação que sofriam na Europa, principalmente os chamados Cristãos Novos, em oposição aos Cristãos Velhos que eram os católicos.


Ele dizia que os índios nasciam livres, e assim teriam que permanecer. Mas estranhamente não foi tão enfático na defesa dos negros que trazidos da África eram escravizados, dizia ele que os negros já eram escravos originariamente em seus países, e aqui apenas continuavam seu status. Apesar de fazerem o açúcar, que não experimentavam, tudo o que faziam não era para eles e sim para os outros. Mas paradoxalmente não os defendiam da escravidão, pois eles eram como “Cristo na Cruz”, mas iam ganhar a glória eterna, ou seja, não terrena. É interessante a omissão da igreja frente a estes fatos, pois, constitui uma mancha na biografia do Padre Antonio Vieira. Mas é interessante observar que a Igreja através da história tem sido conivente com muitas situações que favorecem a classe dominante. Durante a Segunda Guerra Mundial, Pio XII também foi conivente com os desmandos de Hitler contra os Judeus e o Holocausto, não exercendo sua autoridade, como se diz: fazendo “ouvidos de mercador”, simplesmente como Pilatos lavando as mãos.


Quem cala consente. Como se diz a indiferença com a relação ao sofrimento de outrem e este indiferente tem poderes para mudar esta situação, também constitui pecado de omissão. Sendo que a Igreja os cometeu ao longo da história.

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