Onde foi parar aquela estrela que eu via ao fim do dia
Não era uma
estrela qualquer, dizem que a estrela Vesper,
Mas sua luz
era tão fria!
Tão distante
brilhava,
Na minha
infância aos pés da serra,
O céu não
muda quem muda sou eu,
A estrela ainda brilha no céu, mas eu
Mudei, na minha tristeza, não sou
mais
Eu, mas um
simulacro do que foi minha infância.
Na vida só
traga lembranças do que foi,
Mas não
volta mais,
Eu e minhas
irmãs brincávamos no terreiro.
Tudo enfim o
que me mata, é que o luar era de prata,
E iluminava
a amplidão do sertão,
Era tão
bonito, que tristeza!
Hoje a lua
pouco vejo, a estrela Vesper, nem sei,
Não a vejo
mais no céu luzir.
Mudei eu ou
mudou o mundo?
Não haveria
necessidade de tanta luz artificial,
Pois Deus inventou
os luzeiros para o homem guiar.
Se as vezes
há escuridão, é porque o sertão precisa disto,
É para se notar
o quanto é importante
Às vezes
sair no terreiro e ver que as campinas,
de noite
se iluminam, com esta luz que é de Deus,
Não é
capricho meu, ou desejo de menino traquinas.
Meu Deus
traga a luz do luar!
Antes que o
astro vá embora,
E os
namorados fiquem sem romance a chorar!