Anoitecer na roça...

Comentários sobre o filme  - O Leitor –

O cinema quando bem feito é uma arte, conhecida como a Sétima Arte, assim podemos classificar – O Leitor – como um filme de Arte, uma produção Americana e Alemã que na minha opinião atinge esta classificação, pois analisa os estados de alma dos personagens, as contradições de suas vidas e além do mais analisa também os complexos de culpa da Nação Alemã com relação ao “Holocausto”.

Filme premiado com o Oscar e o Globo de Ouro. Tem excelentes artistas da envergadura de uma Kate Winslet, Bruno Ganz, Ralph Fiennes, baseado em obra literária de grande sucesso mundial.  Hanna uma mulher solitária e analfabeta que encontra a razão de sua vida num amor adolescente representado por Michel que também tem problemas com sua família e no fundo é um moço solitário, fechado em suas lembranças que foge dos relacionamentos com garotas.

Encontra em Hanna uma espécie de mãe, já que sua própria mãe é muito fraca, ausente e dominada pelo marido autoritário, pouco comunicativo que só vive mergulhado em livros, pouca ou nenhuma importância dá aos problemas do adolescente Michel. Hanna tem um segredo; não conseguia admitir e muito menos deixar transparecer sua incapacidade para a leitura.

Sente-se marginalizada e quer conhecer as obras literárias:  A Odisséia de Homero, escritores latinos como Horácio, contos literários de Tchecov, enfim os livros a fascinam.  Envolve-se em um romance com o adolescente que lê os livros para ela. Mas as contradições dos personagens são muito acentuadas que logo entram em choque de personalidade, e esta o abandona.

Este faz um casamento fracassado,  se torna um homem amargo, solitário que mergulha nos problemas de sua profissão de advogado para tentar esquecer Hanna. Ainda durante o Curso de Direito testemunha um julgamento que abala suas próprias raízes e convicções.

Pois este julgamento é da própria Hanna que durante a guerra fora guarda de campo de concentração Nazista, tendo cometido vários crimes de guerra, juntamente com outras guardas da SS faz com que prisioneiras judias sejam mortas, presas em uma igreja incendiada durante um bombardeio.

Mas acusada injustamente de ser a chefe das guardas, de inclusive escrever um relatório sobre a terrível ocorrência , esta não nega, pois teria de confessar que é analfabeta.

O casal caminha pela vida num intenso mutismo e incomunicáveis fechados em seus próprios problemas.  Hanna é condenada a prisão perpétua por suas atividades no Campo de Concentração.

Mas aos vinte anos de prisão é libertada. Devido aos seus problemas e contradições não resiste a liberdade e suicida-se. Filme de conteúdo forte e corajoso. Denuncia os complexos de culpa da Nação Alemã frente ao “Holocausto” e o intenso ódio que atualmente os judeus mantém  frente aos alemães por este mesmo motivo.