A terra natal...

Povo de fala mansa, muito respeitador, cumprimentavam os amigos com leve movimento de chapéu que era amplamente usado por causa dos raios solares a que ficavam expostos no trabalho. Já na cidade usavam o chapéu de feltro, mais bonito e elegante. A cidade era pequena, constituída principalmente de Igreja, mercado, cadeia, repartições públicas, banco, cartório e delegacia. Criminalidade pouca ou quase nenhuma, só algumas arruaças cometidas por alguns indivíduos que abusavam da "caninha", como era conhecida a aguardente de cana.
Fábricas quase nenhuma a não ser algumas em que se fabricavam a farinha de milho e a rapadura, que eram feitas de maneira artesanal como quase tudo na época. Transcorria a década de 50 quando conheci a pequena cidade que era sede do município. O meu pai trabalhava no Mercado Municipal onde tinha um pequeno açougue de carne suína. As benesses da civilização eram escassas, transporte mesmo em lombo de muares ou então na boleia do caminhão que transportava a pequena produção do município: o leite. Agricultura de subsistência: milho, feijão, arroz, leite, rapadura e farinha de milho eram a produção.
Casas simples de pau a pique, cobertas de sape constituíam a paisagem rural de nosso município. Nesta paisagem bucólica do campo, sossegada e hospitaleira tomei contacto com o mundo. O que vi foi muito bom, claro que nada é perfeito, mas era muito feliz, vivia livre correndo pelos campos. Assim começou minha trajetória de vida.
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