Filme: Deus não está morto.

Filme muito interessante que coloca em debate duas questões de fundamental importância a saber; a Religião e o Estado. A película inicia com a seguinte proposta: Uma professora de História em sua aula em um colégio público cita questões religiosas em sua explanação, em resposta ao questionamento de uma aluna. É sabido que nos EUA, o estado é laico, sendo proibido aula de religião nas escolas. E esta escola no filme era uma escola Federal, portanto resultando em um desvio de conduta da professora ao citar questões religiosas em uma aula leiga, portanto não constituindo uma aula de história. Esse caso foi denunciado ao Conselho Escolar que a suspendeu das funções de professora. E o caso suscitou grande polêmica, a professora sentindo-se prejudicada, apelou aos tribunais e a questão acabou indo pra julgamento, não se sabe se houve tal julgamento na real, parecendo ser um filme de ficção.


Mas sabemos que esta questão está muito presente até mesmo nas Escolas do Brasil, onde o Estado é igualmente laico, proibindo-se o ensino da religião em Escolas públicas. Mas com relação a isto em nosso país há muita polêmica. Sendo que existem pessoas que defendem tal ensino. Mas voltando ao filme entramos na polêmica da historicidade de Cristo, pois eles alegavam na defesa da professora de história, que Cristo tem uma historicidade, portanto seria até certo ponto compatível em uma aula de história. Então se formaram duas correntes como não poderia deixar de ser, o povo a favor da professora constituído pelos pastores, amigos e familiares desta mestra até certo ponto influente na comunidade e os Promotores de Justiça. O Julgamento foi bastante midiático, aparecendo nos noticiários da TV e Jornais. Uns prós a mestra e outros contra. Pra complicar um pouco mais "o meio de campo", sua filha acabou se curando de um câncer ao se converter ao Cristianismo, ou seja através da fé. Então se configurou um caso de Ciência versus Religião. A História é uma ciência humana e não uma ciência Física como por exemplo a matemática que é Exata. Então vamos a História sobre a historicidade de Cristo.

Há dois historiadores que citam Cristo ou Jesus: Cornélio Tácito e Flavius Josephus. Este ultimo era um Judeu traidor dos seus pares e um tremendo bajulador, pois declarou o Imperador como o Messias esperado pelos Judeus, merece pouco crédito. Todos os dois tiveram suas citações  alteradas por Cristãos, ansiosos que sua crença fosse aceita pelas autoridades romanas, alteradas por padres, já que o Cristianismo era uma religião bem estabelecida, embora ainda não reconhecida pelo Estado Romano. Outro historiador Cornélio Tácito cita também Jesus, embora este tenha vivido na época dos acontecimentos, suspeita-se de adulterações e acréscimos feitos nos Evangelhos canônicos de suas declarações. Então a existência histórica de Jesus é polêmica. Outros historiadores da época tampouco o citam. Então caímos no terreno da fé. Mas a fé não é histórica, embora seja citada, como um fenômeno humano quase sem exceção.  Mas a fé a que me refiro não tem explicação histórica e sim psicológica. Vem do latim fidélis que significa fidelidade.

O homem sente-se apequenado e diminuído frente ao Universo e não vê uma explicação lógica, então apela para o fantástico e ajudas extraterrenas. Pode ser tratado em outro capítulo da Ciência, ou seja, na Ciência das manifestações psicológicas e mentais e não numa aula de História antiga por assim dizer.
A professora ia ser condenada em sua conduta, dentro das letras frias das leis ditadas por Tomás Jeferson, o pai da pátria americana. Mas o advogado muito esperto e a filha da professora apelaram para o golpe midiático. Pois alegou-se que iam condenar uma pessoa de moral ilibada, boa esposa e crente na religião cristã ao opróbrio e a desgraça. pois iria perder seu emprego e carreira, mas numa afirmação bastante insólita que os jurados neste caso não iriam ser cristãos ao condená-la. Conclusão a mídia e não a professora ganhou a causa, pois os jurados certamente com medo do castigo divino a absolveram. Caso muito interessante em que a Psicologia e agora a nova ciência Midiática ganharam a causa contra a Ciência e a lógica. E Tomás Jeferson perdeu a causa para a emoção e a fé contra as frias, mas lógicas letras da lei.

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