Difícil é morar longe...
Vivíamos
muito afastados do que se chama civilização, muito longe de qualquer cidade ou
povoado. O local era lindo ficava num outeiro, cercado de morros, serras e
matos pra todo lado, a paisagem deslumbrante com bela serra que se descortinava
ao longe formando uma bela pintura que deslumbrava o espectador. Como nada na vida
é perfeito, o único defeito é que o local era muito ermo. Na casa que meu pai
construiu a cavaleiro da montanha viviam seis almas: papai e mamãe, e nós os
filhos em número de quatro filhos, todos pequenos, de poucos anos de vida, o
mais velho era eu, que contava por volta de (sete) anos. Como dizia era um
deserto de pessoas. Meu pai sempre viajava a negócios na cidade e então minha
mãe ficava sozinha na casa com os filhos pequenos, só contava com a ajuda de um
pequeno moleque que era o nosso caseiro, o menino tinha cerca de uns 12 anos,
bem magrinho e muito medroso também.
Devido às circunstâncias já citadas, frequentemente éramos alvos de ladrões, aventureiros e andantes que perambulavam por aquelas paragens. Percebendo o isolamento do local, tentavam assustar os moradores ou até mesmo assaltar a residência, sabendo que meu pai estava ausente, ou por outro lado reles ladrões de galinha da vizinhança. O certo que aquela noite quase não dormimos, era um tropel em volta da residência que não parava mais, parecia que alguma vaca ou rês estava andando em volta do terreiro. Mas quem tinha coragem para verificar “in loco”?
Devido às circunstâncias já citadas, frequentemente éramos alvos de ladrões, aventureiros e andantes que perambulavam por aquelas paragens. Percebendo o isolamento do local, tentavam assustar os moradores ou até mesmo assaltar a residência, sabendo que meu pai estava ausente, ou por outro lado reles ladrões de galinha da vizinhança. O certo que aquela noite quase não dormimos, era um tropel em volta da residência que não parava mais, parecia que alguma vaca ou rês estava andando em volta do terreiro. Mas quem tinha coragem para verificar “in loco”?
Lembrando
que prudência e caldo de galinha nunca é demais, minha mãe muniu-se da velha
espingarda de papai, que era de carregar pela boca por sinal: aquela que coloca
pólvora e vai socando e colocando panos e depois o chumbo, e finalmente com
cuidado coloca-se a espoleta. Era até boa, pois papai havia matado várias pacas
com ela.
Mas naquele dia não sei por que cargas d’água a espingarda não queria disparar de jeito nenhum. Minha mãe tinha medo de disparar a arma, então o Dito Rosa, era o nome do menino que morava com a gente foi encarregado de efetuar o disparo da arma de fogo dentro de casa mesmo em direção à parede externa. O tropel continuava, mas a arma ao ser acionada, só se ouvia o téc do gatilho, mas disparar que era bom para assustar o ladrão nada. Acho que minha mãe desistiu, pois viu que não funcionava. O “ladrão”, ou o gado que dava voltas no terreiro também se cansou e parou com seu tropel. Vale ressaltar que todo o mundo estava com medo, o coitado do caseiro tremia que dava dó, minha mãe certamente também estava nervosa. Não é preciso dizer que foi uma longa noite, cheia de medo e apreensões e nada aconteceu. A arma não disparou, ninguém morreu, se era ladrão ou alma doutro mundo não se sabe. O certo é que foi uma noite insone pra todo o mundo. Mas o sertão amanheceu em paz.
Mas naquele dia não sei por que cargas d’água a espingarda não queria disparar de jeito nenhum. Minha mãe tinha medo de disparar a arma, então o Dito Rosa, era o nome do menino que morava com a gente foi encarregado de efetuar o disparo da arma de fogo dentro de casa mesmo em direção à parede externa. O tropel continuava, mas a arma ao ser acionada, só se ouvia o téc do gatilho, mas disparar que era bom para assustar o ladrão nada. Acho que minha mãe desistiu, pois viu que não funcionava. O “ladrão”, ou o gado que dava voltas no terreiro também se cansou e parou com seu tropel. Vale ressaltar que todo o mundo estava com medo, o coitado do caseiro tremia que dava dó, minha mãe certamente também estava nervosa. Não é preciso dizer que foi uma longa noite, cheia de medo e apreensões e nada aconteceu. A arma não disparou, ninguém morreu, se era ladrão ou alma doutro mundo não se sabe. O certo é que foi uma noite insone pra todo o mundo. Mas o sertão amanheceu em paz.
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