A mais incrível aventura humana

Quando a gente lê a Bíblia tem se a impressão de que o paraíso terrestre foi no Oriente Médio, dizem alguns que era entre o rio Tigre e o Eufrates, no lugar onde mais ou menos se situa o Iraque. Mas sabemos que isto também é uma antiga lenda, talvez este paraíso não tenha existido. Tudo bem, ao lado da Bíblia e de outros livros religiosos, os cientistas também tentam reconstruir a história humana, a origem da nossa espécie. Mas muito difícil, os fósseis se perdem, a terra é muito dinâmica ao longo das eras onde era mar hoje é montanha e vice-versa, embora os fósseis ajudem, não são decisivos. 

Até que por volta de 1950, descobriu-se o código genético, também chamado DNA, toda a vida na terra foi escrita com esse código, uma marca indelével que nunca apaga, permanece com os seres vivos, mesmos depois de mortos e fossilizados: nos ossos, nos cabelos, são praticamente indestrutíveis. Mas viu-se que embora o homem tenha seu código genético bem estabelecido e exista um DNA diferente para cada espécie. Então cada espécie viva tem seu próprio DNA que a caracteriza. Mas também este DNA apresenta variações que nos diferenciam de outros animais, mas que são específicos para cada ser, pois são usados hoje em dia até em criminologia e em investigação de paternidade, tal a sua especificidade, tal como a impressão digital, seria a impressão genética das pessoas. 

Pois bem com tanta variação como então seguir uma população ao longo de milhares de anos, ou seja, formar a arvore genealógica desta população? Saber como era o primeiro ser desta população e seguir até o ultimo descendente desta mesma população, tarefa dificílima e não havia como, tal a variabilidade genética. Mas há pouco tempo descobriu-se como: através do DNA mitocondrial, pois viu-se que este DNA não varia através das gerações e são carregados pelas mulheres, torna-se um fiel marcador genético. Desta maneira conseguiu-se localizar a "Eva da humanidade", esta nasceu na Africa. Outra Ciência que também está se adiantando é o estudo dos climas reinantes na terra no passado remoto e como este clima influiu sobre o homem, determinou até mesmo sua evolução, seu tipo físico, seu habitat, sua cor, sua altura, seu modo de vida e suas migrações. Correlacionando as coisas, chegou-se a seguinte conclusão: 
  O homem moderno  teve sua origem nas planícies orientais  da Africa há mais ou menos 100.000 (cem mil) anos e por volta de 70.000 (setenta mil) anos atrás, emigrou de início para o Oriente Médio e em seguida para a Europa, Asia, América, até alcançar as regiões da Oceânia. Quem garante que tudo isto aconteceu? Estudo do DNA mitocondrial das populações, estudo da clima da região na época, ou seja, da geografia no local dos acontecimentos através de super computadores, estudos dos fósseis e de objetos deixados apelos nossos ancestrais distantes, estudo da evolução das espécies. Todas estas disciplinas estão elucidando o caminho de nossa evolução e de nosso percurso ao longo do tempo. 

A história começa mais ou menos assim: por volta de 80.000 (oitenta) mil anos atrás a terra entrou num terrível período chamado de Glaciação, ao contrário do Efeito Estufa provocado pelo homem, de tempos em tempos a terra naturalmente esfria, os gelos polares adentram a terra, chegando próximo mesmo às regiões equatoriais. Pois bem, por esta época aconteceu isto, sendo acompanhado de terrível seca, os mares congelaram também, calcula-se que o nível dos mares tenham baixado mais de cem metros. O homem totalmente dependente da caça e pesca, viu estes recursos escassearem rapidamente, então não havia outra alternativa, primeiro procurarem as regiões litorâneas para tentar viver da pesca, mas com o escasseamento desta, não havia como,  a´única alternativa era sair da Africa e isto foi feito, acredita-se que com a baixa dos mares, uma dezena de kilômetros os separava da Arábia e da salvação. 

E isto foi feito, nesta época a humanidade esteve a beira da extinção, pois restava poucos milhares de pessoas e a travessia foi feita. E assim pelo DNA mitocondrial, esta ferramenta científica maravilhosa, foi possível traçar  a trajetória de cada descendente humano desde a Africa até as mais longinquas regiões da terra. A conclusão que se tira: Todos somos irmãos, compartilhamos o mesmo patrimônio genético, as diferenças de raças, de cor da pele, são apenas um acidente de percurso geográfico, de estarmos na Africa e não na Noruega. Para que um negro africano se torne um branco norueguês são necessários nada mais e nada menos que 20.000 (vinte mil) anos, ou seja, a taxa de mutação genética do DNA mitocondrial. Que todas estas histórias de superioridade de raça não existe e nunca existiu e que todos somos iguais perante o Criador. 

Comentários

Postagens mais visitadas