Nara Leão teria agora no próximo dia 20, setenta anos.




Nascida Nara Lofego Leão em Vitória, no E S, foi uma grande cantora brasileira, chamada a "Musa da Bossa Nova". Co-fundadora deste movimento musical tão importante para o Brasil e para o mundo, isto aconteceu em 1959, dividindo as glórias da fundação com grandes luminares da MPB: Vinícius de Morais, Tom Jobim, Carlos Lyra, Johnny Alf, Baden Powel e tantos músicos importantes. Em 1964 inicia a gravação do primeiro disco de sua carreira.
Em 1964 Nara é considerada uma das melhores cantoras do país. Nesta época faz declarações a favor dos movimentos de esquerda, que causa polêmica nos jornais.
Em setembro participa ao lado de Sérgio Mendes de uma série de shows nacionais e internacionais, incluindo apresentações no Japão.
Em outubro rompe com a Bossa Nova, declarando aos jornais e TV ser a "Nara de uma bossa só".
1965 - É considerada uma das principais personalidades do país, devido ao sucesso de seus discos.

Em fevereiro lança seu terceiro LP: "Nara pede passagem" O disco traz em seu repertório canções de compositores iniciantes, tais como: Sidnei Miller, Jardes Macalé, Paulinho da Viola e Chico Buarque. No festival da música popular
 defende como cantora o "Homem" de Millôr Fernandes, e a "Banda" de Chico Buarque, esta música foi considerada vencedora do festival ao lado de "Disparada" de Geraldo Vandré.

Nara critica a "Marcha contra as guitarras elétricas", organizada por defensores da MPB contra o sucesso da música Pop da Jovem Guarda.
Em 26 de julho casa-se com o cineasta Cacá Diegues. Grava mais um disco pela Philips com canções de antigos nomes: João de Barros, Ari Barroso e novos compositores, tais como Edu Lobo e Sueli Costa. Participa de festivais cantando Carolina de Chico Buarque e o Violeiro de Sidnei Miller.
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1968 - Abre o show "Tique -taque", no Teatro de Bolso em Ipanema ao lado do conjunto vocal Momento Quatro, com canções como Tropicalia de Caetano Veloso e clássicos como "Três apitos" de Noel Rosa e Chega de Saudade de Tom e Vinícius.
1970 - Exílio voluntário em Paris coincidindo com pior período da ditadura militar. Volta a gravar pela Philips, com vinte e quatro canções do período da Bossa Nova; grava canções de Vinícius, Chico Buarque, Carlos Lyra, Johnny Alf e Baden Powel.

1973 - Apoia o cantor Fagner e participa do lançamento do seu primeiro disco.
1974 - É aprovada no Vestibular de Psicologia pela PUC-RJ.

1974 - Lança o surpreendente disco "E que tudo o mais vá pro inferno", dedicado inteiramente a obra de Roberto Carlos.
Ainda neste ano lanças o LP "Meu samba encabulado" gravado em parceria com a Camarata Carioca. Paulo Moura e os ritmistas Bira, Ubirai do Cacique de Ramos. O disco tem todo o repertório dedicado ao Samba com os novos e antigos compositores do gênero.

Grava o disco "Abraços e beijinhos sem fim", com arranjos do pianista César Camargo Mariano. O disco marca a volta ao repertório da Bossa Nova.
Recebe inúmeros convites para shows internacionais: Portugal, Paris, Japão, grava o disco: "Um cantinho e um violão"
1989 - Falece Nara Leão no Rio de Janeiro.

Comentários finais do autor: Cantora importantíssima, do porte de Elis Regina, Maria Betânia, foi considerada com muita justiça a "Musa da Bossa Nova". Transita por tudo o quanto é repertório, amava a música em todas as suas formas, tinha voz excelente e intimista, cantava baixinho, mas seu canto ia direto ao coração.

Causa surpresa uma cantora tão importante não ter nenhuma homenagem da mídia quando faria setenta anos de vida no próximo dia 20. É assim o brasileiro esquece facilmente os seus heróis e heroínas e ainda pior fica cultuando os heróis de outros povos, como se fossemos macacos no sentido de tudo imitar e a pior mania nossa: gostar de tudo o quanto é do estrangeiro, desvalorizando os artistas nacionais.

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