A luta pela vida


Continuando a história do desenvolvimento da humanidade, quase que podemos dizer a história de suas guerras, pois foi quando paradoxalmente a humanidade mais desenvolveu. Para se ter uma ideia, na época da II Grande Guerra, foi reinventada a penicilina, digo reinventada, porque já existia, mas a sua fabricação era tão precária, que este remédio era tão escasso e tão eficiente, que bastava uma dose para se curar uma pneumonia, mas a sua obtenção era tão difícil, que se filtrava a urina do doente tratado, para se aproveitar novamente o antibiótico. 

Mas com a Segunda Guerra, o número de soldados feridos em batalha era muito grande e este método era muito oneroso e demorado. Então se procurou aperfeiçoar o método de obtenção e foi sintetizado o radical químico do antibiótico, então abriu-se a possibilidade de sua industrialização, milhões de frascos de penicilina foram produzidos, então, e os soldados feridos puderam ser tratados com êxito. 

Aperfeiçoou-se o rádio, o radar, enfim as telecomunicações.  Acreditem vocês aperfeiçoou-se o computador porque os aliados precisavam decifrar os códigos de guerra alemães.  Pra não falar nas bombas voadoras nazistas dirigidas a Londres, teleguiadas, o seu inventor afirmou: Que elas eram boas e eficientes, mas atingiram o planeta errado, antecipando as futuras viagens espaciais. Para não falar nas terríveis bombas atômicas, o maior pesadelo da humanidade, foi inventada na segunda Grande Guerra e jogada sobre a cabeça dos japoneses. Quanta inovação! Mas também quanta barbárie! 

Não podemos afirmar que os povos antigos eram bárbaros, pois esta barbaridade ainda está muito presente entre nós. Nós, para o homem da idade da pedra, evoluímos muito pouco, não no sentido material, mas no espiritual ainda equiparamos a eles, só mudamos e aperfeiçoamos os métodos de matar, mas os objetivos são os mesmos. Desde Caim e Abel somos assim.  Mas as guerras além do contingente de desgraças que traz muitas vezes nos trazem benefícios, além dos materiais, revelam verdadeiros heróis que se sacrificam, grandes líderes, é na guerra que o espírito humano se revela mais tenaz. Pasmem vocês que a população de Moscou foi sitiada por 6 longos meses em um inverno congelante, resistindo ao assédio do exército nazista, considerado o mais poderoso da história, não quero aqui fazer apologia dos comunistas não, mas os habitantes, que apesar da fome, frio, a morte rondando a cada quarteirão resistiram a forças muito superiores, por tanto tempo. Até que o inimigo desistisse.  

Refiro-me a este heroísmo. Não quero defender a Rússia, mas foram eles que mais sofreram na guerra com perdas incalculáveis em pessoas, entre civis e militares. A Inglaterra estava quase caindo por ter um primeiro ministro pusilânime, que não combatia o inimigo, só queria fazer a paz, quando o inimigo só queria guerra, a Blitzkrieg.  A Inglaterra era o último bastião aliado, se esta caísse, me desculpem os alemães de hoje, mas estávamos todos falando a língua germânica e dizendo Hein Hitler! Mas então surgiu um herói Winston Churchill, que de início não era tão bom estrategista, pois havia perdido batalhas durante a primeira guerra.  

Mas chamado a atuar foi herói mandando bombardear a esquadra francesa no triste episódio de Horã, para impedir que a frota francesa, a segunda da Europa atrás dos ingleses, caísse em mãos dos Alemães. Foi bombardeada por ordem de Churchill com todos os navios indo a pique com 1.300 franceses a bordo, mas a França era aliada! Mas iam entregar os navios a Hitler, “traíras” existem, que fazer?,  É o famoso fogo amigo. Foi um ato de coragem sem dúvida. Não precisa ser muito inteligente para concluir; Que com esta frota a Inglaterra seria invadida com certeza, sabemos hoje como tudo terminou. Nós somos o que somos hoje graças a estes heróis.  A Segunda Guerra está cheia de episódios de heroísmo, de desprendimento, de luta pela vida. 

Mas se o homem progride e é herói na guerra. Porque não na paz. Um homem que sai todo dia para o trabalho numa grande cidade e só chega à noite para ver seus filhos dormindo, para partir para outra jornada no dia seguinte, é também um herói na luta pela vida. O bombeiro que enfrenta o fogo em um prédio em chamas para salvar vidas é também um herói.  Não é preciso haver guerras para haver heroísmo ele está presente em todos os momentos, a vida é uma luta...  Vai aqui a respeito os versos de nosso poeta Gonçalves Dias:

Não chores, meu filho,
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só podem  exaltar.



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