Anoitecer na roça...
Meu bem, meu amor, minha flor,
És a mais linda flor do meu jardim,
Quando criança como era lindo o jardim de minha mãe.
Tantas flores tinha que não me
lembro de todas,
Tinham rosas, jasmins, girassóis e
tinha uma
Flor muito interessante que se
chamava Boa-noite,
Esta flor se abria na entrada da
noite,
O seu perfume era tão marcante
que até hoje,
Me lembro...
Minha mãe à janela a observar seu
jardim,
E nós sentindo o perfume quando
as Boas- noites se abriam
Era lindo e que perfume
maravilhoso
Fazia um ruído,
Ao abrir, inda me lembro do
farfalhar de suas pétalas,
Como era bonito o entardecer, ver
o sol se por.
E a tarde morrer...
Para dar o início a noite, muito
escura do sertão,
O uivo dos cães e o piado da
coruja no telheiro,
E a escuridão da noite ocupando
todo o outeiro.
Pouco se via, a não ser o piscar
dos pirilampos, nas noites calorosas.
De verão...
Recolhíamos ao lume das
lamparinas,
Se tínhamos visitas
Então ao redor do fogão
contavam-se histórias de assombrações
Dava um medo danado,
Eram almas penadas que andavam
pelo sertão,
Era o Corpo seco, a Mula sem cabeça, o saci e o
Boitatá.
Depois pra se dormir era difícil
Mas acabava dormindo com minhas
tias.
Protestavam, mas eu era pequeno, dizia minha mãe e assim estava autorizado.
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