Comentários sobre o filme: Quando Nietzsche chorou....




Filme sobre o romance homônimo de Irving Yalom,  narra o encontro fictício entre o grande filósofo alemão Friedrich Nietzsche (Armand Assante) e o médico Josef Breuer (Ben Cross), professor de Sigmund Freud (Jamie Elman). Nietzsche ainda um filósofo desconhecido passa por uma fase de depressão profunda após ter tido um romance com   Lou Salome (Catherim Winnick), uma poetisa russa  e decepcionado com seu amigo Richard Wagner, por ter traído a música. Pois é, o médico foi procurado por Lou para que salvasse Nietzsche de seu desespero caracterizado por cefaleias intensas, pois  achava que isto era uma doença do espírito, mas teria que fingir que se tratava de uma doença física, pois o filósofo podia não aceitar “ a terapia pela palavra”, a técnica que estava sendo desenvolvida por Breuer. 


Mas Nietzsche aconselhado por um amigo foi procurar o médico, este se inteirou de seus livros através de Lou e viu que se tratava de um grande homem e um grande conhecedor da humanidade, mas que ainda não havia alcançado a notoriedade. O encontro foi tenso e Nietzsche a princípio não aceitou o tratamento. Mas acabaram se aproximando, pois Nietzsche após crise intensa de cefaleia tomara analgésicos demais e entrou em coma e foi salvo pelo médico. Então ficou lhe devendo a vida. Mas Breuer aparentemente um Clínico bem sucedido sofria de tristeza profunda, pois apaixonara-se por uma de suas pacientes, Bertha (Michal Yannai), com quem teria uma obsessão sexual. 


Ficou um dilema, quem tratava quem?, Pois ambos estavam doentes por amor não correspondido e apaixonados. Pois Nietzsche também estava perdidamente apaixonado por Lou, havia inclusive proposto casamento a esta que não aceitou, pois não estava apaixonada pelo homem e sim pela sua sabedoria e queria aprender com este sua filosofia, considerou-se também traído pela namorada.  Bertha tinha histeria uma nova entidade nosológica que estava sendo tratada, mas seguiu-se a um escândalo em família, pois Bertha amiga da família do médico num surto psicótico confessou estar grávida de Breuer. Então foi obrigado pela esposa Mathilda a abandonar o tratamento da paciente que ele amava, piorando o seu quadro depressivo. Então combinou-se que um tratava ao  outro segundo sua própria técnica. 


E um descobrindo a doença do outro. Nietzsche descobriu que na realidade Bertha era a mãe simbólica do médico, que por coincidência tinha o mesmo nome daquela. Pois o mesmo perdera a genitora aos três anos de idade e não tinha lembranças maternas. Breuer tinha um sonho pavoroso em que  caía em um poço sem fundo e ia parar dentro de um caixão. 

Filme sobre os primórdios da psicanálise que ainda se chamava “Terapia pela palavra”. Há ainda uma interessante comparação com os padres: dizia-se que os padres faziam há milhares de anos esta terapia confessando os seus fiéis, Por que então os médicos não fazem isto? Mas ainda existem muitos preconceitos contra a Psicanálise criada por Freud, pois não é uma Ciência Cartesiana, ou seja, não pode ser analisada a luz dos conceitos matemáticos, não é uma Ciência exata. Apesar dos grandes luminares que tentaram desenvolver esta técnica ela é ainda muito combatida no mundo científico exatamente por esta falta de parâmetros cartesianos. Então faz-se esta confusão, a Ciência do espírito ainda está muito atrasada, por poucos estudos e experimentos, mas é tão ou mais importantes que a Medicina Física e é da mesma natureza desta, pois não se pode separar o homem entre corpo e espírito. Pois Nietzsche mesmo afirma que corpo e espírito são a manifestação de uma mesma realidade, não se pode separar a alma do corpo, que são a face de uma mesma moeda. Urge que as Ciências Psicológicas se desenvolvam e se conheça melhor a alma humana. O mérito do filme é lançar esta discussão.  O que mais dificulta as Ciências ditas mais espirituais é que esta em outras épocas foi confundida com magia, espiritismo e curandeirismo. A  medida em que a Ciência foi sendo desenvolvida dissolveu-se esta confusão. Então por outro lado há uma resistência muito grande em se estudar o espírito, mas é necessário.  Comparando o homem é como um iceberg, com a parte física sobre a água, mas os grandes mistérios da mente escondem-se sob o oceano profundo do desconhecimento. Urge desvendar cada vez mais os mistérios das Ciências do Espírito e deixar os preconceitos de lado.



                                      



 

 

 

 

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